[LIS]

“Parole, Parole, Parole...
Caramels, Bonbons et Chocolats!”
Dalida & Alain Delon cantam enquanto ela freneticamente dança pelo brilhante chão de madeira.
Tira dos pés uma de suas manias declaradas: a inseparável Birkenstock que usa só se for com meia e rodopia pela casa descalça; interagindo com tudo e todos de maneira elegante e moleca.

Filha única, de pais professores e escritores, ela se considera nerd desde criancinha.
Daquelas que surta quando passa na frente da livraria, que não deixa de acompanhar todos os festivais de cinema e que coleciona antiguidades como se não houvesse amanhã.

Estudou Nutrição. Sempre foi encantada pelo conceito de alimentar as pessoas da melhor e inimaginável maneira possível.
Dali partiu para a Gastronomia e como se não bastasse, nesse meio tempo começou a se interessar pelo misterioso mundo dos vinhos...deu no que deu.
Dionísio e Baco agradecem e brindam felizes todos os dias.

Se pudesse passaria o tempo todo viajando e fazendo aquilo que mais gosta: passar horas e horas, escrevendo e lendo, em algum café pelas cidadizinhas do planeta.
Se não escrevesse sobre vinhos, escreveria somente literatura.
Poucos sabem mais ela se considera melhor escritora do que chef de cozinha.

Musa dos vinhos naturebas, orgânicos e biodinâmicos, ela se mudou para uma espécie de home sweet farm home nos arredores de São Paulo e adotou uma legião de animais.
Há quem diga que ela vai ser daquelas velhinhas com 76 gatos em casa.
Não é a toa que ela tem belas imagens de Brigitte Bardot espalhadas pela casa.

Lis é um epicentro da natureza rodeado de bichos por todos os lados.
Manouche, o bode.
Maruska, a cabra.
Maruru e Perugia, os filhotes.
Maruru nasceu quando ela voltou do Tahiti e significa “obrigado” por lá.
Perugia nasceu quando ela estava ainda na Itália...

Já Ferrugem e Costelinha, representam a raça canina deste micro escossistema.
Os gatos, segundo ela, sofrem “bullying” todos com nomes esquisitos mas porém bem verdadeiros: Vesga, Mini Gato, Branquela, Camurça e Maria, a tigrada.
Os jabutis rodam pela propriedade ainda sem nome.

Um aroma de queijo de cabra amanteigado se mistura no ar com o cheiro de tantas ervas e frutas que por ali brotam todos os dias.
Fogão de lenha aceso, conservas e experiências vivas.
Idéias e tomates que fermentam por ali sem parar.

Seus galos: Mangarito (nome de uma batatinha brasileira)
Zinus (um personagem de filme que ela ama)
Itabirito (cidade em Minas que “inventou” o bolinho de milho)
Se juntam com + ou - umas 20 galinhas de raças diferentes para completar o time dos ovos fresquinhos.

Fanática por boleros, ela arranha no violino e também no canto lírico.
Imagine só quando Lis abre uma de suas garrafas encantadas e nutre sua alma biodinamicamente, sem sulfitos e cheia de alegria.

Deliberadamente reune a turma para cantar tangos e boleros noite afora numa espécie de ritual da libertação.

Não tira da bolsa seu abridor de vinho e se tivesse um barco o chamaria de “Criado Solto”...seu lema sempre.
PS. Lis mora na cidade "mais que grande", pasmem!

Se Fosse invisível, andaria nua pela rua! (totalmente criada solta e natural!)

Isabella Barbosa